Saiba o que foi destaque no 21º Congresso Brasileiro de Contabilidade!

Nosso Coordenador de TAX Victor Magalhães, esteve presente no 21º Congresso Brasileiro de Contabilidaderealizado em Balneário Camboriú, onde especialistas discutiram temas cruciais para o futuro da contabilidade no Brasil.

Entre os principais pontos debatidos, destacam-se as novas normas internacionais, como IFRS S1 e S2, e a transformação digital do setor, além dos impactos da reforma tributária em andamento.

No campo das normas contábeis, as discussões enfatizaram a importância de atualizações que buscam padronizar e aumentar a transparência nas práticas corporativas globais. As normas IFRS S1 e S2, por exemplo, trazem inovações relacionadas à sustentabilidade. A IFRS S1 requer a divulgação de informações sobre governança, estratégias e riscos associados ao desempenho sustentável das empresas, enquanto a IFRS S2 foca nos impactos climáticos, abrangendo emissões de gases de efeito estufa e riscos financeiros ligados ao clima.

Além disso, a substituição da IAS 1 pela IFRS 18, conforme discutido, promete aprimorar a apresentação das demonstrações financeiras. Entre os destaques da nova norma, está a criação de categorias específicas para receitas e despesas, facilitando a comparabilidade entre empresas. A norma também exige a divulgação detalhada das Medidas de Desempenho Gerencial (MPMs) definidas pela administração, contribuindo para uma maior clareza e confiança nas informações prestadas ao mercado.

Outro ponto de atenção foi a transformação digital da contabilidade, uma tendência que visa modernizar processos por meio de novas tecnologias. Essa transformação engloba a digitalização de documentos, automação de tarefas repetitivas e a adoção de tecnologias em nuvem. De acordo com o Victor, “a digitalização traz benefícios como aumento de produtividade, maior eficiência operacional e redução de custos, permitindo que os profissionais contábeis assumam um papel mais consultivo e estratégico”.

Essa transformação, no entanto, demanda mudanças de mindset dos contadores, que devem investir em novas ferramentas, buscar capacitação contínua e concentrar esforços em consultoria estratégica. A ideia é que, com o apoio das novas tecnologias, a atuação do contador passe a abranger análises gerenciais, planejamento tributário e estratégias de negócios mais amplas.

A reforma tributária, um dos temas mais debatidos durante o congresso, também foi abordada de forma abrangente. Segundo Magalhães, “a proposta visa modernizar e simplificar o sistema tributário, dividindo sua implementação em três fases de administração”. A Administração Tributária 1.0 é caracterizada por processos manuais e uso intensivo de papel; a 2.0 inclui a digitalização e o uso de ferramentas analíticas; e a 3.0 foca na integração de normas tributárias em sistemas contábeis, com auditorias digitais e tributação em tempo real.

Durante o evento, o mecanismo de Split Payment, parte da reforma, foi destacado como uma inovação relevante para simplificar a arrecadação de tributos. Nesse sistema, o pagamento de uma transação seria dividido automaticamente entre o fornecedor e o fisco, o que reduziria a burocracia e aumentaria a transparência no processo de recolhimento de tributos. Em termos de obrigações acessórias, representantes do governo manifestaram estarem desenvolvendo APIs (applicationprogramminginterface) para serem utilizados pelos contribuintes, permitindo a integraçãodos softwares fiscais, com transmissão automática das informaçõesao Fisco.

No evento, foram destacadas as vantagens da reforma tributária, considerando a simplificação, com a unificação de tributos em um IVA, e a redução da burocracia, ao diminuir obrigações acessórias e promover maior transparência. Outros pontos destacados incluem o fim da guerra fiscal entre estados e uma maior eficiência na resolução de litígios fiscais por meio de um contencioso administrativo integrado.

Por outro lado, críticas centraram-se na possibilidade de aumento da carga tributária, uma vez que a alíquota do IVA pode se tornar uma das mais altas do mundo. Também se discutiu a longa transição prevista até 2033, que pode gerar insegurança jurídica, além das exceções e benefícios que poderiam elevar a alíquota geral. Há preocupações, ainda, com o impacto no emprego e possíveis conflitos federativos, devido à redistribuição de competências tributárias entre estados e municípios.

O congresso, portanto, reforçou a necessidade de adequações e investimentos por parte dos contribuintes, principalmente em sistemas de gestão fiscal integrados e ferramentas de monitoramento automatizado. Magalhãespontua que “a reforma vai exigir a implementação de tecnologias como APIs de integração e módulos de compliance, a fim de garantir uma transmissão de dados segura e em tempo real”.

Em suma, o 21º Congresso Brasileiro de Contabilidade trouxe à tona a urgência de adaptações frente a um cenário de constantes mudanças regulatórias, tecnológicas e fiscais. Entre normas internacionais mais robustas, a digitalização dos processos contábeis e as novas diretrizes da reforma tributária, o evento destacou um futuro em que a transparência e a eficiência devem guiar a contabilidade brasileira.

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